Tenho visto que algumas imagens na web ganham destaque, por conta de seus compartilhamentos, curtidas e opiniões. E acabam chegando aos sites de notícias com o título "Viralizou na Web".
Quando isso acontece, também tenho curiosidade de saber o que viralizou. Em parte são imagens ou matérias de pouco ou nenhum conteúdo que possa me adicionar algo de útil. Mas às vezes aparece algo interessante que me faz refletir, curtir, apoiar.
Entre estes momentos, encontrei três situações interessantes que me fizeram pensar muito antes de escrever este post. Abaixo estão elas:
(clique para ampliar)
Um pai caminhando com seu filho em um dia de chuva, com o adulto todo molhado, utilizando o guarda-chuva para proteger o menino.
Um médico cirurgião distraindo uma pequena paciente que se prepara para fazer uma cirurgia cardíaca.
Um policial distraindo uma criança que havia acabado de sofrer um acidente automobilístico junto à família, como se pode ver o carro capotado mais ao fundo, com os demais sendo resgatado pela equipe médica.
Mas por que estas imagens viralizaram na web?
Em tempos de individualismo, onde as pessoas estão mais preocupadas em olhar para os seus próprios umbigos, além da tecnologia facilitar um aumento das amizades virtuais e diminuição das reais, acredito que devido ao isolamento que ela proporciona (é só ver um grupo de adolescentes no shopping, sentados em uma mesma mesa, e cada um olhando o seu próprio celular, sem conversarem entre si), imagens como as acima, de atenção e preocupação com o próximo, que deveriam fazer parte de nossa vida diária, são colocadas no topo de uma lista de coisas a se admirar.
Em nenhum momento digo que tal ação de promover as imagens esteja errada, de forma alguma. Mas penso que passamos por um período em que as pessoas, em seu íntimo, estão precisando se reforçar de coisas boas. E quando digo isso me refiro a palavras com significado mais profundo e duradouras como atenção (genuína, estar disponível), compreensão (entender, se por no lugar de), escuta (saber "ouvir" o outro), confiança, cumplicidade.
A necessidade de as pessoas se reforçarem internamente por meio de imagens que reflitam coisas boas, que preencham o coração quando as vemos, pode vir do fato de que a realidade está se apresentando um pouco mais cinza e menos colorida. O que recebemos de informações hoje em dia me faz perceber que em torno de 70% (por assim dizer) são conteúdos negativos, tristes, superficiais, que não confortam as pessoas em sua ideia de esperança quanto a um futuro melhor.
Infelizmente temos um mundo que se alimenta do que é chocante e não do que é harmonioso. Somos bombardeados por reforços negativos, e aí haja resiliência para se adaptar e lidar com estas situações.
Não vou entrar no quesito felicidade pois isso é subjetivo à visão de cada um.
Por outro lado, a partir do momento em que uma "imagem real do cotidiano" é reproduzida ou compartilhada, e possibilita um impacto positivo, ela pode vir a formar uma corrente do bem, que produza efeitos benéficos para aqueles que tiverem acesso a ela.
Se esta imagem trouxe algum sentimento bom, um momento de paz, de empatia, então cumpriu seu objetivo, que é o de preencher com algum sentido, ao menos por um instante, o vazio existencial que temos dentro de nós. E se a imagem conseguir fazer com que algo interno mude para melhor, então evoluímos em nossa essência.
Dito isso (e não vou me alongar entrando em questões que levariam mais dez parágrafos para descrevê-las), faço uma proposta a você que está lendo este texto:
Se as imagens acima lhe trouxeram algum tipo de sentimento bom, busque estar atento ao ambiente ao seu redor. Registre uma atitude humana positiva, um fato que demonstre algo de bom (NÃO de pena, dó, etc), na sua cidade, na sua escola, no seu trabalho, na rua, enfim... e compartilhe-o!
Apesar de as redes sociais só mostrarem uma falsa ideia de felicidade inesgotável, vamos utilizá-las para atingir as pessoas em sua essência: o fazer o bem!