Conversando com amigos do serviço, na faixa dos vinte e poucos anos, me fizeram lembrar de quando eu estava chegando aos trinta. Igualmente pelo assunto de locais para se divertir.
A adolescência nos traz a sensação do novo proibido, que desafia as regras estabelecidas e do muro que começamos a pular para explorar o outro lado das coisas.
Quando chegamos à fase de adultos jovens começamos a ter aquele sentimento de nostalgia quanto à adolescência, mas buscamos olhar para frente e ver quais desafios ou novidades se apresentam para nós. Parte daquilo que era proibido na adolescência passa a ser permitido e um leque de opções se abre para nossa mente e hormônios inquietos.
Aventuras, diversão, sexo, trago, música, muitas festas, enfim, tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo que precisamos de mais que 24 horas para atender a tudo. E então, lá pelos 26, 27, 28 anos algo começa a mudar... mas onde?
O primeiro indício foi quando comecei a ouvir: "Aquela festa não está mais tão legal como era antes...". Nunca esqueço de uma amiga, Ana Carolina Joaquim que, desde o início da faculdade dizia que adorava ir à Festa do Peão de Barretos. Após um ano de formados, lembro de conversar com ela e a mesma dizer: "Barretos já não está mais legal como era antes. Hoje em dia tem muita piazada, muita gurizada que vai. Antigamente é que era bom".
E aí, por ouvir várias outras vezes frase parecida com esta, comecei a questionar: Mas o que é que está mudando? São as festas que estão ficando ruins? É o preço que baixou e começou a misturar a muvuca? Ou as atrações que mudaram e atraíram uma galera teen para os eventos de adultos?
Não, nada disso. O tempo foi passando, você foi amadurecendo e deixando de ser porra louca. Os gostos mudaram, a tolerância também e a paciência nem se fala. Amigos partiram, outros chegaram, outros casaram, e os programas com a turma mudaram de direção. E então, já não cabia mais na sua vida de hoje, atitudes, comportamentos, pensamentos de fases anteriores da vida.
Sim, ELA, a vida nos chama para olhá-la de uma outra forma. Para curti-la de uma outra forma, não menos prazerosa que a fase anterior, mas de uma maneira nova e que pode também ser muito proveitosa.
Então, quando hoje ouço do pessoal próximo aos trinta que "Antigamente é que era bom, hoje dá muita piazada, muita gurizada lá", parece que vejo que uma fase em suas vidas está se extinguindo para dar lugar ao nascimento de outra, mas talvez eles ainda não tenham percebido disso.
Como dizia Fernando Pessoa:
"A morte nada mais é que o ponto de partida para o início de algo novo, a fronteira entre o passado e o futuro.
Se você quiser ser um bom universitário, mate dentre de você o secundarista aéreo que acha que ainda tem muito tempo pela frente.
Quer ser um bom profissional? Então mate o universitário descomprometido que acha que
acha que a vida se resume a estudar só o suficiente para fazer as provas.
...
Enfim, todo o processo de evolução exige que matemos o nosso eu passado, inferior".
(Morrer é preciso)
Guarde com carinho os momentos bons que ficaram no passado...
... mas VIVA o presente!
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