sexta-feira, 8 de novembro de 2013

O trabalho e a tabuada do 9


Eram os idos anos de 1964. 

Conta a Professora Lourdes Thomé aos seus alunos, que não estavam dando a atenção adequada à aula de matemática: 

" O rapazinho estava à procura do seu primeiro emprego. Já havia ido a vários lugares, mas sempre ganhava um não como resposta. Então, foi a uma mercearia, antigamente chamada de Quitanda, onde estavam precisando de alguém que soubesse lidar no caixa. 
 O dono da mesma lhe propôs um teste: 

     - Para você ser admitido, preciso que descreva toda a tabuada do nove! Vou lá no depósito arrumar umas coisas e quando eu voltar, quero que me apresente o resultado.

O rapaz gelou por dentro. Entrou em desespero. Como ia resolver aquele problema? Nunca fora bom em matemática, ainda mais na tabuada do nove. Ele Suava frio. Sabia que não podia perder aquela oportunidade de trabalho. 

Lembrou-se que sabia apenas quanto era nove vezes um e nove vezes dez. Pegou então um papel e escreveu a tabuada na seguinte sequência:

9 x 1 = 09
9 x 2 = 
9 x 3 = 
9 x 4 = 
9 x 5 = 
9 x 6 = 
9 x 7 = 
9 x 8 = 
9 x 9 = 
9 x 10 = 90

Olhou para o papel e para os números ausentes. Suas mãos tremiam. Uma vontade imensa de fazer xixi veio naquele momento, mas teve que se segurar, pois não podia sair dali. 

Resolveu contar quantos números ele não sabia da tabuada do nove, e então escreveu-os no papel:

9 x 1 = 09                    |
9 x 2 = 1                      |
9 x 3 = 2                      |
9 x 4 = 3                      |
9 x 5 = 4                      |
9 x 6 = 5                      |
9 x 7 = .                       |
9 x 8 = .                       |
9 x 9 = .                      \/
9 x 10 = 90

Ao final, Olhou o que havia escrito.... 


9 x 1 = 09                   
9 x 2 = 1                     
9 x 3 = 2                     
9 x 4 = 3                     
9 x 5 = 4                     
9 x 6 = 5                     
9 x 7 = 6                      
9 x 8 = 7                      
9 x 9 = 8                      
                                      9 x 10 = 90

Tremeu, já haviam se passado três ou quatro minutos e o dono da mercearia poderia aparecer a qualquer momento. Não sabia o que fazer. Arrependeu-se imensamente por não ficar atento às aulas de matemática. Quis fugir dali, mas não seria covarde a tal ponto. Preferiu enfrentar um outro não a ser chamado de covarde. 

Olhou novamente para o papel e resolveu contar, de novo, quantos números da tabuada NÃO sabia responder. Ouviu os passos vindo lá do fundo da mercearia. Estava tão nervoso, que nem se deu conta que já havia feito aquela contagem alguns minutos atrás. E começou, agora de baixo para cima: 

9 x 1 = 09                    
9 x 2 = 1 .                     /\
9 x 3 = 2 .                      |
9 x 4 = 3 .                      |
9 x 5 = 4 5                     |
9 x 6 = 5 4                     |
9 x 7 = 6 3                     |
9 x 8 = 7 2                     |
9 x 9 = 8 1                     |
9 x 10 = 90

Entrou em desespero! Estava se borrando de medo. Olhou, trêmulo para o que acabara de fazer: 


9 x 1 = 09                    
9 x 2 = 1 8                    
9 x 3 = 2 7                    
9 x 4 = 3 6                    
 9 x 5 = 4 5                     
9 x 6 = 5 4                    
9 x 7 = 6 3                    
9 x 8 = 7 2                    
9 x 9 = 8 1                    
                                      9 x 10 = 90

Os passos se aproximaram do balcão onde ele estava. Tentou, apressadamente pegar a borracha que estava dentro do porta lápis, para apagar tudo o que havia escrito e começar de novo, ou ao menos entregar em branco e admitir que não sabia fazer aquelas contas. Queria evitar maior vergonha. Mas não houve tempo. O dono da mercearia aproximou-se, pegou o papel que o rapaz havia escrito e olhou-o com atenção. 

O rapaz fechou os olhos, ouvindo o silêncio que precede o esporro e a resposta negativa que viria na sequência, quando o dono da mercearia levantou os olhos para ele e falou:

     - Rapazinho. Ninguém conseguiu responder a tabuada do nove até este momento. Parabéns, está tudo correto. Está contratado! "


terça-feira, 8 de outubro de 2013

Fato verídico! - A história de Smoke on the Water

A letra da canção fala de uma história verídica: em 4 de dezembro de 1971, o Deep Purple chegou em Montreux, na Suíça, para gravar um álbum usando um estúdio de gravação móvel (alugado dos Rolling Stones, e conhecido
como Rolling Stones Mobile Studio, chamado de "Rolling truck Stones thing" e "the mobile" na letra da música) no complexo de entretenimento que fazia parte do Cassino de Montreux (chamado de "the gambling house", "casa de apostas", na letra). Na véspera da sessão de gravação um show de Frank Zappa e The Mothers of Invention foi realizado no teatro do cassino e, durante o show, um incêndio se iniciou; no meio do solo de sintetizador de "King Kong", alguém na plateia disparou um sinalizador (flare gun) no teto de ratã, incendiando-o (o que é mencionado no verso "some stupid with a flare gun", "um idiota com um sinalizador"). 

O incêndio destruiu todo o complexo do cassino, juntamente com todo o equipamento do Mothers. A "fumaça na água" que se tornou o título da canção (creditado ao baixista Roger Glover) referia-se à fumaça vinda do fogo, que se espalhou pelo lago de Genebra (também conhecido como lago Léman) a partir do cassino em chamas, enquanto os membros da banda o assistiam de seu hotel, do outro lado do lago. O "Funky Claude" que, segundo a letra, "entrava e saía correndo" (running in and out) era Claude Nobs, diretor do Festival de Jazz de Montreux, que ajudou parte da plateia a fugir das chamas.

Vendo-se com uma unidade móvel de gravação caríssima, porém sem lugar algum para usá-la, a banda foi
obrigada a percorrer a cidade, em busca de um lugar para se instalar. Um local promissor, encontrado por Nobs, era um teatro local chamado The Pavillion - porém assim que a banda descarregou e começou a trabalhar, os vizinhos se incomodaram com o barulho; a banda pôde apenas gravar as faixas de fundo para uma canção (baseada no célebre riff de Ritchie Blackmore, e chamada temporariamente de Title n.º1, "Título n.º 1"), antes que a polícia local interrompesse a sessão.

Após cerca de uma semana de procura, a banda finalmente alugou o Grand Hotel de Montreux, praticamente vazio, e converteu alguns de seus corredores e escadas num improvisado estúdio de gravação, onde gravaram a maior parte das faixas daquele que viria a ser o seu álbum mais bem-sucedido comercialmente, Machine Head, incluindo a maior parte da própria "Smoke on the Water" (embora a letra tenha sido composta posteriormente).
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Smoke_on_the_Water)

sábado, 22 de junho de 2013

Brasil, mostra a tua cara!


"Brasil, mostra a tua cara, quero ver quem paga pra gente ficar assim!"
Quem paga somos nós, eu, você que está lendo este texto, se não fizermos nada. 

Pense... se bem lá no fundo do seu íntimo, não tem algo instintual, algo primitivo, algo que anseia por sair de dentro do peito quando nos indignamos e apoiamos o que temos visto na TV nos últimos dias: a manifestação "pacífica" contra o aumento da passagem de ônibus. Eu sinto isso.


Porém, "a nossa indignação é uma mosca sem asas, não ultrapassa as janelas de nossas casas". Mas se ultrapassa, tenha orgulho(!!!) do Brasil que temos NESTE MOMENTO, do Brasil que se move numa onda cada vez maior e que atinge não só os brasileiros de todos os estados, mas os que não estão morando no país atualmente, que também têm saído às ruas para apoiar as manifestações aqui no Brasil. 

Mas NÃO se junte à baderna, à depredação.

Há muito não se via um movimento popular da juventude tão intenso e tão extenso desde a época dos caras pintadas, no movimento para a tirar Fernando Collor do poder.

As manifestações nas ruas vão além da importantíssima briga pela redução de 0,20 centavos na passagem. Como dizia o cartaz de um manifestante: "Enfia os R$ 0,20 no SUS". E por que não? A indignação dos estudantes se amplia à medida que tem-se a percepção de que se leva até quatro horas para ser atendido em um pronto-socorro em caso de situação de "urgência". A diferença entre urgência e emergência é que a primeira não envolve situação de risco de morte e a segunda sim (Existem outros critérios que os diferenciam, mas o básico é este). Por isso a prioridade da segunda sobre a primeira. Por isso a demora para o atendimento.

Mas não dá pra fazer reducionismo no campo da saúde. É uma cadeia, um elo, uma situação integrada que mina a condição de atendimento mais ágil. É a falta de médicos nos hospitais da Rede Pública de Saúde, pois o SUS paga pouco. É o médico que chega atrasado para o plantão, pois está financeiramente desmotivado; é a consulta que é feita de qualquer jeito; é a falta de leitos de observação de agudos, de leitos de internação, a falta da construção de mais hospitais e por aí vai... só pra começar a citar algumas coisas. 

E é por este começo que se tem o repúdio à Copa das Confederações e à Copa do mundo de 2014, atrelados à questão do aumento das passagens de ônibus. 

Um cartaz em frente ao estádio Castelão em Fortaleza, CE dizia: "MAIS PÃO, MENOS CIRCO". Investem-se bilhões em estádios, porém o acesso a eles, a mobilidade urbana, os ônibus - transportes coletivos, estão um lixo. A Educação de qualidade, que facilitaria o crescimento da nação é marginalizada. Mal sabemos falar o Português corretamente, mas estão sendo dadas aulas rápidas de inglês para receber melhor os turistas estrangeiros. E quando eles precisarem de mobilidade ou de atendimento médico? Saberemos na Copa de 2014.

Quero acreditar que estes movimentos populares desencadeados por estudantes e seguidos por empresários, servidores públicos, aposentados, entre outros, não sejam esquecidos assim que conseguirem o resultado sobre o transporte público. Quero acreditar que este primeiro movimento é só a ponta do iceberg, o início, a porta de entrada, o descobrimento da possibilidade de mudanças no  Brasil por meio das reinvindicações sociais e populares. Brasileiros, vocês acharam uma mina de ouro a qual está deixando os políticos preocupados, pois são eles que nos representam. Continuem!!! Não parem!!! Saiam às Ruas!!! Ou como gritei junto a centenas de outras pessoas nas manifestações na minha cidade: "Vem pra rua, vem pra rua!". 


O Brasil tem alguns eixos principais: Saúde, Segurança, Educação, Mobilidade, Moradia, Trabalho. É por isso que precisamos lutar. 

O Brasil tem 81 Senadores, que representam os 26 estados + o Distrito Federal. Não precisamos de tantos Deputados Federais. Não precisamos de tantos impostos. Não precisamos de tantos Ministérios instalados na Esplanada. Não precisamos de tantos políticos (Eles tem sua importância, mas não precisamos de muitos).

Há recursos no Brasil para termos melhor saúde, melhor educação, melhor qualidade de vida. Mas TEMOS QUE LUTAR pelo fim da corrupção. Por leis mais austeras. Pelo fim da imunidade parlamentar. Pela redução da maioridade penal. Pela aplicação de nossos impostos de forma DIRETA no que precisamos, e não pela administração de recursos pelos governos dos estados ou pelas prefeituras, que acabam por desviarem o dinheiro destinado a reformas e melhorias. 

Brasil, mostra a tua cara!

Nos faz ver que podemos nos tornar melhores! Lutemos! A porta foi aberta, ou como ouvi no movimento que participei: "O GIGANTE ACORDOU!". Sim, NÓS somos o gigante. Mas nunca havíamos percebido isso. E por que não? Porque pouquíssimos tem acesso à informação, à educação que leva à formação do pensamento crítico. Muitos são alienados, desconhecem os direitos, desconhecem os motivos. E é isso que aqueles que estão no poder querem. Que permaneçamos alienados. 

Brasil! 
"Se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta.."

Tenho orgulho de ser brasileiro, mas neste momento, tenho ainda mais!

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Cigarro - Quanto tempo demora para o corpo desintoxicar por completo?



Confira o processo de desintoxicação de seu organismo sem o cigarro:

Após 20 minutos sem o cigarro a pressão volta ao normal.

Após 8 horas sem o vício, as taxas de nicotina e monóxido de carbono diminuem pelo menos em 50% e o oxigênio volta ao normal.

Após 24 horas sem cigarro, todo o monóxido de carbono é eliminado do corpo.

Após 48 horas sem cigarro, toda a nicotina é eliminada do organismo, melhorando seu olfato e paladar.

De 2 a 12 semanas sem o cigarro é notado uma melhora profunda na circulação.

De 3 a 9 meses sem o cigarro, todos os problemas respiratórios diminuem a medida que ocorre uma melhora gradativa na função pulmonar.

Após 1 ano sem o cigarro, o risco de morte por doença cardiovascular cai pela metade.

Após 10 anos sem o cigarro, o risco de morte por câncer de pulmão cai pela metade.

Após 20 anos sem o cigarro, o organismo do ex fumante fica praticamente igual ao organismo de quem nunca fumou.

Conclusão: 


São necessários 20 anos para limpar totalmente seu organismo de todo o mal causado POR VOCÊ A SI PRÓPRIO por meio do uso do cigarro. 



*  *  *

Lembra do caubói da propaganda dos cigarros Marlboro, nos anos 80 e início dos 90? 

Pois é, dois atores que interpretaram o caubói, morreram em consequência de câncer de pulmão. Abaixo seus nomes: 

David McLean (19 de maio de 1922 – 12 de outubro de 1995) - Caubói do cigarro Marlboro "desde" os anos 60. Começou a sofrer de enfisema em 1985, chegando a ter que remover um tumor em 1994. Morreu de câncer de pulmão em 1995, aos 73 anos de idade.  
(Tudo bem, esse já estava se perfumando com formol, mas foi câncer de pulmão...)


Wayne McLaren (12 de setembro de 1940 — 22 de julho de 1992) - Caubói do cigarro Marlboro desde 1976. Fumou por 30 anos. Desenvolveu câncer de pulmão em 1990. Morreu em 1992, aos 51 anos de idade.




sexta-feira, 22 de março de 2013

Big Bronha Brasil

Fazem uns dois ou três anos que deixei totalmente de assistir ao Big Brother Brasil. Digo isso porque em anos anteriores eu ainda assistia esporadicamente a um ou outro paredão. 

Mas vou falar do Big Bronha deste ano, 2013. 

Ao que parece, a Rede Globo tentou uma jogada para reverter os baixos números de audiência que o BBB vinha tendo em anos anteriores. Escalou um grupo de ex-BBBs que já tiveram algum carisma com o público ou que foram polêmicos, para participar deste número 13. Aliás, como pode um programa tão sem história, sem cultura, chegar à sua 13a edição? Culpa nossa! que não desligamos a tv, não trocamos de canal, não alugamos um bom filme, não vamos ler um livro ou qualquer jornal ou revista. Uma dica, façam palavras cruzadas ou vão jogar cartas, mas com a tv desligada. Vão conversar com sua família ou amigos, ter relações sociais.

A meu ver parece que os "veteranos" não alavancaram a audiência do programa, apesar dele manter-se com um alto índice de "espiadores" (existe essa palavra?) em relação à boa novela José do Egito, da Record, que passa atualmente no mesmo horário. Alguns pediram para sair, outros estão atuando completamente sem motivação. Questão de obrigações de contrato com a Vênus Platinada, penso eu. Os novatos ainda mostram-se agitados, num programa o qual é mais do mesmo, ainda que se tentem - exaustivamente - colocar novidades no quadro. 

As cenas para adolescentes se masturbarem continuam as mesmas. Mulheres gostosas (tenho que admitir, sem hipocrisia!) mas com pensamentos superficiais. Assuntos culturais ou inteligentes? Escassos. Festas, bebidas, baixaria, discussões de relacionamentos construídos a partir de contingências de confinamento, ou seja, restrição de espaço, de opções, de suporte de amigos ou familiares, etc. Um laboratório de ratinhos condicionados pelas vozes da produção do programa, dando orientações de como eles tem que se vestir, quando estar na piscina, na academia, no quarto, etc. Um experimento comportamental.

O Pedro Bial pousa de pseudo-intelectual tentando dar um ar de cultura ao programa - com seus discursos esquizofrênicos, chamando os participantes de heróis e perguntando a todos se o Big Brother é uma "escola". E os participantes dizendo que sim, que o Big Brother Brasil é uma escola! Lamentável. 

O Big Brother Brasil anda mal das pernas. Anda sim, mas não é divulgado. Como o Bial pode dizer que as ligações nos dias de paredão chegam a 42 milhões se nas imagens abaixo, a audiência - em Rio e São Paulo, duas das maiores capitais do Brasil Varonil, em termos de indivíduos, está em torno de 02 milhões? Claro que os entrevistados devem girar em torno de um por cento e que as tvs ligadas no canal da Globo que são avaliados pelo ibope devem estar em torno de um por cento também. Posso estar falando uma besteira imensa, por questões leigas, e aí vocês, leitores, se manifestem para me explicar o que é correto. Passo adiante.

Estes dias vi um video no youtube que está rodando as redes sociais, sobre uma entrevista do Vinícius Valverde, que abordou um cidadão para saber se ele gostava de BBB e teve que engolir uma resposta que, digamos, acabou não descendo redondo. Tanto que no meio da entrevista o entrevistado teve sua fala cortada pelo repórter. E este último ainda fala de democracia na entrevista. Ponto para o cidadão, que respondeu o que milhares de pessoas desejavam falar. Já não conseguimos mais engolir esse programinha fuleiro. Talvez o Zagalo ainda consiga (Vocês vão ter que me engolir, lembram?). 

O vídeo está aqui para quem quiser ver ----> http://www.youtube.com/embed/llo5P_ck7BA 

Andei pesquisando no site do IBOPE (http://www.ibope.com.br) os níveis de audiência do famigerado BBB. Os índices correspondem apenas à Rio de Janeiro e São Paulo. Mas é interessante saber. Abrindo parênteses, é Importante dizer que a novela atual da Globo - Salve Jorge - tem tido em torno de 32 pontos de audiência de média e José do Egito, a melhor concorrente, por assim dizer, tem tido 14 pontos no horário. Uma pena, porque a novela Bíblica narra histórias interessantes do livro mais vendido do mundo.  

Enfim, me dei ao trabalho de agrupar abaixo os índices de audiência nas duas capitais. Busquem no site do ibope, se quiserem. Interessante ver que a população de São Paulo já caminha, ainda que lentamente, para baixar cada vez mais os índices de audiência do programa na cidade.




Retornando à pauta principal, penso que há luz no fim do túnel para que um programa de baixa qualidade como este seja extinto. Porém, as demais emissoras precisam fazer programas mais atraentes - e culturais - que prendam a atenção do telespectador. Uma série de investigação, mas não só no formato policial, Um Dr. House da vida que apesar das tiradas do médico, é um Drama interessante (e muito bom, à propósito!!). Existem outras séries e programas bem interessantes. Fica a critério de vocês.

E o que mais demorará a acontecer: uma mudança na percepção e na cultura do povo brasileiro em relação à seus próprios valores internos, critérios de avaliação e controle de qualidade dos programas que acham que vale a pena assistir. 

sexta-feira, 8 de março de 2013

Dia Internacional da Mulher - 08 de Março


Mulher

Quisera eu ter os versos de Vinícius
Para descrever seu andar, seu olhar, seu calor...
Quisera eu ter a pureza de Quintana
Para dizer-te ao ouvido singelas palavras de amor

Dos meus versos és a rima
És a estrela que ilumina o viver deste poeta
E mesmo que eu morra em minha vereda lacrimosa
Tua presença majestosa me acalenta e me desperta

Genitora da vida, pelos homens querida e aclamada
Mulher amada... mãe, esposa, menina, garota...
Ah! As Mulheres: nascemos do ventre de uma
Para morrermos nos braços de outra


Diego Chimango

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Memórias do maior Guarda-Costas do Rock

Quando as coisas saem de controle, o guarda-costas dos astros - MICHAEL FRANCIS - é o cara que você gostaria de ter a seu lado. O currículo dele inclui atividades com um ELVIS PRESLEY cheiradão, morar com CHER, salvar PAUL RODGERS de ser coberto de chutes e escolher groupies pro BON JOVI. Só não derrame a cerveja dele.





Por Dom Lawson

Traduzido por Nacho Belgrande

 

Ele pode ser um gigante de fala macia cujo sorriso gentil e aperto de mão firme, mas não aterrorizante, sugere uma autoconfiança silenciosa, mas Michael ‘Danny’ Francis passou a maior parte de 40 anos salvando astros do rock de todo sortilégio de situações perigosas. Ele é, sem dúvida, o guarda-costas dos guarda-costas. O único homem no planeta que farreou com um Elvis Presley chapado de cocaína, foi babá de Cher, salvou Paul Rodgers do Bad Company de levar uma surra [várias vezes], e esteve ao lado de Jon Bom Jovi desde o tempo do humilde Ipswich Odeon até o mundo muito mais salubre dos jatinhos particulares lotados de groupies nas alturas. Tal como sua autobiografia de 2005, Star Man: The Right Hand of Rock N’ Roll – publicada sobre o nome Michael Francis – indica, em sua vida, esse avô de 60 anos de idade nascido na zona norte de Londres já viu, e fez, basicamente tudo. E se você quisesse tentar a sorte, ele provavelmente poderia quebrá-lo como um graveto.

PAUL MCCARTNEY
Eu comecei como guarda-costas quando Paul McCartney me ofereceu um emprego. Meu pai era técnico de boxe, e o primeiro campeão mundial que ele treinou foi John Conteh, e Paul costumava vir e assisti-lo treinar. John tinha aparecido na capa de Band on the Run, e Paul era um grande apoiador de John.  Uma noite ele simplesmente me pediu pra trabalhar pra ele. McCartney era incrivelmente famoso naquela época, mas ele sempre foi um sujeito fantástico. Eu ficava na casa deles, com Linda e os garotos, e ele era um dos caras mais legais que você jamais vai conhecer. Através dele, eu fui apresentado ao empresário do Led Zeppelin, Peter Grant, e acabei trabalhando pra ele por oito anos.

 
LED ZEPPELIN

Quando eu conheci Peter Grant e comecei a trabalhar pro Led Zeppelin, de repente era como o Velho Oeste. Eles faziam as regras de acordo com a hora, porque naquela época, não havia regras. O Led Zeppelin foi a primeira banda a jogar televisores por janelas. O excesso era ultrajante. Eu lembro que recebíamos cinco mil por semana para despesas pessoais da banda e você não tinha que apresentar recibos. Quando acabava você só voltava lá e pegava mais dinheiro. Era uma época maravilhosa. Eu amava Peter Grant, e ele era um amigo muito próximo até o dia em que morreu. E ele era um gênio. Ele tomou a decisão de investir tudo que ele tinha no Zeppelin, e ninguém ia roubá-los. Ele era um gatinho de coração, mas quando o assunto era a banda dele, ele era como um leão. Isso funcionou muito bem até que ele sucumbiu às drogas pesadas, como todo mundo. Daí virou uma zona total e todo dia era uma luta pela sobrevivência. Só colocar a banda no palco já era duro. Peter era amedrontador se você não estivesse do lado dele. Se você estivesse do lado dele, ele te apoiava 100 por cento. Se não, ele era de dar medo. E ele tinha caixa pra isso – ele pesava 180 kilos e media 1,95m.

Foto: Peter Grant, o empresário do LED ZEPPELIN



ELVIS PRESLEY

Eu tive algumas experiências incríveis ao longo dos anos. Eu tinha acabado de começar a trabalhar para Peter Grant quando eu conheci Elvis Presley. O Led Zeppelin estava em Vegas e passamos dois dias com Elvis. Ele era demais. Tudo o que ele fez durante os dois dias que estivemos com ele foi dar presentes para as pessoas, como relógios, roupões e jóias. Ele devia ter umas 20 pessoas com ele o tempo todo; todo mundo estava dizendo sim. E ele estava usando cocaína na época, então você já via o fim chegando. Todos nós pensávamos que o encontraríamos mais e mais vezes, mas isso jamais aconteceria.
 
Nós também conhecemos o empresário de Elvis, Coronel Tom Parker. Ele era o maior  pilantra que já nasceu. Quando ele morreu, devia 20 milhões de dólares aos cassinos. A maioria dos filmes de Elvis foi feita para pagar as dívidas de jogo do Coronel. O boato era que ele tinha matado uma mulher na Holanda, e é por isso que ele sempre tinha medo de sair dos EUA. E isso não fez muito bem para Elvis. Isso é o rock n’ roll. Tudo gira em torno de personagens. Os empresários são sempre muito mais interessantes que os astros do rock.

BAD COMPANY

Paul Rodgers era uma porra de um pesadelo – e era assim que Peter Grant o descrevia [risos]. Eu tinha passado pelo meu aprendizado com o Led Zeppelin, mas se eu não tivesse, não teria durado um dia com Paul Rodgers. Paul era um cara fantástico desde que não bebesse um copo. Quando ele bebia, ficava incontrolável, porque ele podia chutar o rabo de qualquer um. Passamos pelos EUA com o Bad Company e provavelmente acabamos em uma briga de algum tipo toda noite. Eu sabia que seria um pesadelo na primeira noite. A banda estava ensaiando em Dallas, no Texas, e acabamos por volta das 10 da noite e daí fomos sair pra comer algo e acabamos num bar de motoqueiros.

Duas horas depois Paul estava bêbado e disputando queda de braço com os motoqueiros. Então eu distribuí algumas notas de 100 dólares pro pessoal de modo que pudéssemos sair sem sermos mortos. Essa foi só a primeira noite. E piorou. Eu me sentia mal pelos outros caras na banda porque eles eram todos hippies legais. Eles todos estão sóbrios agora e se dão muito bem, graças a Deus.



BON JOVI

Quando eu comecei a trabalhar para Jon ele ainda estava viajando em um ônibus de turnê, mas dentro de seis meses ele tinha seu próprio jato com o nome dele gravado. O Bon Jovi estava prestes a ter seu contrato com a gravadora cancelado, e então Slippery When Wet foi lançado e chegou ao topo das paradas enquanto ainda estávamos tocando no Ipswich Odeon. A Slippery When Wet tornou-se a melhor turnê de rock n’ roll de todos os tempos.

As drogas, as mulheres, tudo era feito com moderação. Nós nunca cancelamos um show, nunca perdemos ninguém no meio do caminho e ninguém sabia de fato o que estávamos fazendo. Houve mais groupies naquela turnê do que em qualquer turnê da história do rock n’ roll. Cerca de 75 por cento da platéia em todos os shows – e estávamos tocando pra 25 mil pessoas toda noite – eram moças entre 16 e 25 anos de idade e todas elas vinham ao show com uma coisa na cabeça: elas queriam dar pro Jon. Jon sobreviveu porque ele é um cuzão. Mas ele é o cuzão mais trabalhador do show business. Ele não vai se incomodar que eu diga isso. 

 

AXL ROSE

Encontramos-nos com Axl nos anos 80 quando o Bon Jovi estava no auge. Ele e Jon nunca se deram bem, de modo algum. Eles sempre estavam disputando pelo topo. Eu só achava que Axl era uma farsa total. Eu cresci com a escola inglesa de música, com vocalistas do naipe de Robert Plant e Roger Daltrey, astros do rock de verdade. Esse cara era uma farsa. Ele escreveu coisas muito boas, mas vai se fuder!, aquilo nunca foi a maneira certa de se comportar. Você constrói sua reputação nas coisas que você faz em cima do palco, e eu acho que ele não tinha gás pra isso, especialmente quando você o compara a Jon, que era o maior frontman do mundo naquela altura.

Conseguíamos manter os dois afastados com muita dificuldade. Mas até ai, estávamos todos prontos para esbofetear Axl de qualquer jeito, então ele não daria conta. Olhe pra Jon agora: um dos homens mais ricos da indústria musical, com a maior banda ao vivo do mundo hoje. Então eu apoiei um vencedor.


SEBASTIAN BACH

O Skid Row abriu shows pro Bon Jovi por oito meses em sua primeira turnê da carreira. Eles estavam ficando cada vez mais famosos e as tensões se acumularam. Uma noite, Sebastian disse algo no palco. Eu e Jon estávamos no camarim, e Jon se ofendeu com aquilo e estava esperando Sebastian quando ele saiu do palco. Eles ficaram cara a cara e Jon não arregou. E, considerando o tamanho dele perto do de Bach, ele não fez feio. Nós o arrastamos pra longe e foi isso. Foi animador e deu vida à turnê [risos]. Jon acabou fazendo o melhor show da vida dele naquela noite. Na noite seguinte nós subimos no palco, no show do Skid Row, os deitamos no palco, seguramos-os e os prendemos a cadeiras com fita adesiva, então nos vingamos.


CHER

Trabalhar com Cher foi o melhor emprego que eu já tive. Ela é simplesmente uma pessoa especial. E ainda é, de dentro e de fora da música. Ela é provavelmente a pessoa mais bondosa e genuína que eu já conheci, e a mais talentosa também. Quando a encontrei pela primeira vez foi num famoso restaurante de Chicago, chamado Gene And Georgetti’s. Ela estava começando a sair com Richie Sambora. Eles tinham uma sala separada e vieram até mim e Richie me apresentou como Reggie Kray; eu e Jon costumávamos nos registrar em hotéis como Reggie e Ronnie. E Cher disse: “Fico feliz por você ser o Reggie e não o Ronnie!” Ela tinha feito o dever de casa e sabia de tudo sobre eles. Eu acabei morando com Cher numa praia em Malibu por três anos. Então ficamos muito próximos. E ainda somos amigos até hoje.

 
KISS

Eu tenho trabalhado pro Kiss há 15 anos já. Gene Simmons e Paul Stanley são completos profissionais. Eles sempre estão acordados antes de todo mundo e ainda ralam muito, mesmo nessa idade. É por isso que eles ainda estão por aí e 90 por cento das bandas daquela época não estão. Eles nunca tiveram uma noite ruim. Eles sempre saem do camarim e dão 100 por cento – e não se trata de sentar em um banquinho e tocar violão, como Sting. Eles estão voando, respirando fogo, eles cospem sangue.

Quando o Kiss fez a turnê de reunião em 1996 com a formação original, Ace e Peter eram o completo oposto de Gene e Paul. Eles eram totalmente antiprofissionais e não muito gentis com as pessoas a seu redor. Se você pudesse contrabalancear isso com, ‘Oh, ele é um grande guitarrista!’, ou ‘Ele é um grande baterista!’ não teria sido tão ruim, mas você não podia fazer isso. Fomos assistir ao The Who durante aquela turnê e o empresário deles, Bill Curbishey me chamou e disse: “Quero que você veja algo…” E ele me fez assistir ao solo de baixo de John Entwistle. Era ultrajante. Então nós fizemos com que Bill viesse assistir ao Kiss e nós o fizemos ver o solo de bateria de Peter. Bill o assistiu por um minuto e disse: “Chame a polícia. Eu quero que prendam esse homem por se passar por um baterista.”





‘Star Man: The Right-Hand Man of Rock’N’ Roll’, de Michael Francis, é publicado pela editora inglesa Simon & Schuster e não tem previsão para lançamento no Brasil.

Fonte: Revista Classic Rock Inglesa, edição de Junho de 2011.