sexta-feira, 22 de março de 2013

Big Bronha Brasil

Fazem uns dois ou três anos que deixei totalmente de assistir ao Big Brother Brasil. Digo isso porque em anos anteriores eu ainda assistia esporadicamente a um ou outro paredão. 

Mas vou falar do Big Bronha deste ano, 2013. 

Ao que parece, a Rede Globo tentou uma jogada para reverter os baixos números de audiência que o BBB vinha tendo em anos anteriores. Escalou um grupo de ex-BBBs que já tiveram algum carisma com o público ou que foram polêmicos, para participar deste número 13. Aliás, como pode um programa tão sem história, sem cultura, chegar à sua 13a edição? Culpa nossa! que não desligamos a tv, não trocamos de canal, não alugamos um bom filme, não vamos ler um livro ou qualquer jornal ou revista. Uma dica, façam palavras cruzadas ou vão jogar cartas, mas com a tv desligada. Vão conversar com sua família ou amigos, ter relações sociais.

A meu ver parece que os "veteranos" não alavancaram a audiência do programa, apesar dele manter-se com um alto índice de "espiadores" (existe essa palavra?) em relação à boa novela José do Egito, da Record, que passa atualmente no mesmo horário. Alguns pediram para sair, outros estão atuando completamente sem motivação. Questão de obrigações de contrato com a Vênus Platinada, penso eu. Os novatos ainda mostram-se agitados, num programa o qual é mais do mesmo, ainda que se tentem - exaustivamente - colocar novidades no quadro. 

As cenas para adolescentes se masturbarem continuam as mesmas. Mulheres gostosas (tenho que admitir, sem hipocrisia!) mas com pensamentos superficiais. Assuntos culturais ou inteligentes? Escassos. Festas, bebidas, baixaria, discussões de relacionamentos construídos a partir de contingências de confinamento, ou seja, restrição de espaço, de opções, de suporte de amigos ou familiares, etc. Um laboratório de ratinhos condicionados pelas vozes da produção do programa, dando orientações de como eles tem que se vestir, quando estar na piscina, na academia, no quarto, etc. Um experimento comportamental.

O Pedro Bial pousa de pseudo-intelectual tentando dar um ar de cultura ao programa - com seus discursos esquizofrênicos, chamando os participantes de heróis e perguntando a todos se o Big Brother é uma "escola". E os participantes dizendo que sim, que o Big Brother Brasil é uma escola! Lamentável. 

O Big Brother Brasil anda mal das pernas. Anda sim, mas não é divulgado. Como o Bial pode dizer que as ligações nos dias de paredão chegam a 42 milhões se nas imagens abaixo, a audiência - em Rio e São Paulo, duas das maiores capitais do Brasil Varonil, em termos de indivíduos, está em torno de 02 milhões? Claro que os entrevistados devem girar em torno de um por cento e que as tvs ligadas no canal da Globo que são avaliados pelo ibope devem estar em torno de um por cento também. Posso estar falando uma besteira imensa, por questões leigas, e aí vocês, leitores, se manifestem para me explicar o que é correto. Passo adiante.

Estes dias vi um video no youtube que está rodando as redes sociais, sobre uma entrevista do Vinícius Valverde, que abordou um cidadão para saber se ele gostava de BBB e teve que engolir uma resposta que, digamos, acabou não descendo redondo. Tanto que no meio da entrevista o entrevistado teve sua fala cortada pelo repórter. E este último ainda fala de democracia na entrevista. Ponto para o cidadão, que respondeu o que milhares de pessoas desejavam falar. Já não conseguimos mais engolir esse programinha fuleiro. Talvez o Zagalo ainda consiga (Vocês vão ter que me engolir, lembram?). 

O vídeo está aqui para quem quiser ver ----> http://www.youtube.com/embed/llo5P_ck7BA 

Andei pesquisando no site do IBOPE (http://www.ibope.com.br) os níveis de audiência do famigerado BBB. Os índices correspondem apenas à Rio de Janeiro e São Paulo. Mas é interessante saber. Abrindo parênteses, é Importante dizer que a novela atual da Globo - Salve Jorge - tem tido em torno de 32 pontos de audiência de média e José do Egito, a melhor concorrente, por assim dizer, tem tido 14 pontos no horário. Uma pena, porque a novela Bíblica narra histórias interessantes do livro mais vendido do mundo.  

Enfim, me dei ao trabalho de agrupar abaixo os índices de audiência nas duas capitais. Busquem no site do ibope, se quiserem. Interessante ver que a população de São Paulo já caminha, ainda que lentamente, para baixar cada vez mais os índices de audiência do programa na cidade.




Retornando à pauta principal, penso que há luz no fim do túnel para que um programa de baixa qualidade como este seja extinto. Porém, as demais emissoras precisam fazer programas mais atraentes - e culturais - que prendam a atenção do telespectador. Uma série de investigação, mas não só no formato policial, Um Dr. House da vida que apesar das tiradas do médico, é um Drama interessante (e muito bom, à propósito!!). Existem outras séries e programas bem interessantes. Fica a critério de vocês.

E o que mais demorará a acontecer: uma mudança na percepção e na cultura do povo brasileiro em relação à seus próprios valores internos, critérios de avaliação e controle de qualidade dos programas que acham que vale a pena assistir. 

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