Sou contra o internetês... ponto.
A idiotia que vem crescendo no jovens e até adultos que acessam a internet, pelo fato de desejarem se fazer entender, escrevendo (ou digitando) o mais rápido possível, tem causado problemas de ordem escolar e social, no que diz respeito à correta aprendizagem de nossa língua pátria, o português.
Não há um respeito com as devidas regras de ortografia e gramática, que fazem com que a intenção de se passar uma mensagem seja corretamente lida e interpretada de forma adequada pela outra pessoa.
É impossível manter uma conversa com alguém no msn que escreve assassinando o português por pura preguiça de escrever correto. E olha que às vezes não são pessoas desprovidas de cultura, mas pessoas inteligentes que querem fazer parte de uma “modinha”, que querem se sentir pertencendo a um "grupo", "pois assim não sou, me sentirei ou serei tachado de o diferente, o excluído".
Abaixo transcrevo alguns exemplos provenientes de críticas realizadas por outros blogueiros a respeito do mesmo tema.
Como uma imagem fala mais do que mil palavras, começo com um exemplo que não é de agora, mas que é de profundo impacto no sentido de perceber para onde as coisas, dentro desse tema, estão indo. O vídeo é do site charges.com.br e é de outubro de 2004. Com vocês... Geração Copy-cola, ou melhor, Geração coca-cola...
Geração coca-cola
charges.com.br
(aguardando vídeo)
O vídeo acima traduz inteligentemente e com humor o caminho da imbecilidade à qual o jovem está seguindo. Além de assassinar o português com o "internetês", a letra da música constante no vídeo é de grande reflexão, tanto se você for pai ou mãe como se for o próprio adolescente ou até mesmo adulto.
Seguindo com as matérias sobre "internetês" e suas consequências, cito abaixo mais dois exemplos de indignações traduzidas nos blogs.
Por favor, vamos escrever!
do blog: Controle Remoto
A internet cada vez mais imbeciliza o povo. Enquanto através de uma mão traz conhecimento e informação, da outra vêm as futilidades, preguiças e, principalmente, os erros grosseiros e abusivos na prática milenar da escrita.
Nas conversas de MSN então, Deus, muitas vezes sinto vontade de incorporar a eterna Samara Morgan e sair pela tela do sujo localizado na outra ponta da rede, só para enfiar dois dedos em suas narinas e puxar pra cima.Quantas foram as vezes em que, logo após um breve bate papo, a pessoa enviou a mensagem: “Nossa, como você escreve certinho”. Aliás, sendo mais realista, ficaria algo como: “nuss… comu c escreve certinhu”. Minha reação é instantânea: “Se isso te incomoda, imagina como EU me sinto ao receber suas mensagens”. As pessoas não costumam gostar.
Por sinal, vocês já conhecem o novo verbo? O “tar”?
“Ae véi!!!!! que hrs tu vai tar no shops amanhã?”
“ow, aquela noticia deve tar na capa do globo amanhã”
“você vira a esquerda aí vai tar uma placa escrito Bem Vindo a São Paulo”
Quanta falta de inteligência. Não me incomodo com os famosos “naum” e “eh”, mas a imbecilização está estourando barreiras até então inimagináveis. Pessoas não conseguem mais formalizar sentenças racionais em forma de texto. As palavras se embolam, o raciocínio fica perdido, as conjugações verbais tornam-se uma sopa. Uma verdadeira desgraça para a humanidade.
Coloquemos os pingos nos ‘is’, não estou mais falando em relação ao MSN. A prática da escrita, cada vez mais, torna-se um privilégio de muito, mas muito poucos. Quando chegamos ao ponto calamitoso de alguém sobressair-se por escrever bem, Holly Shit, é porque tem muita coisa errada.
Há quem diga: “Mas você escreve bem porque nasceu assim“. Ah claro! Em meu DNA há uma codificação específica informando sobre não ser um preguiçoso semi-analfabeto que não sabe pegar um maldito livro para ler e uma caneta para traduzir pensamentos. Qualquer um pode ser escritor! Escrever bem é o resultado de somente duas coisas: Observação e leitura.
A combinação dos três fatores: Observar, ler e escrever, não é traduzida somente em uma adição de intelecto ao indivíduo que a executa. Ao tornamo-nos observadores, passamos a compreender muito do mundo e da sociedade que nos envolve. Ao ler, praticamos a perfeita arte da concentração, além de automaticamente aprendermos a formar textos. Ao escrever, aprendemos a traduzir nossos pensamentos, expor idéias, passar a informação adiante.
Os líderes, os gênios, os verdadeiros destaques, todos compreendem onde está a base da conquista. Destacam-se não por serem nerds, mas por aprenderem o verdadeiro valor da vida.Até consigo compreender quem se acomoda com a situação do mundo, mas não passa pela minha cabeça como um indivíduo pode assentar-se em ser apenas mais um fulano de tal.
A humanidade está acostumada com a mediocridade. Em ser mais um, apenas outro elo (de ligação).
“Ah, dá mó preguiça ficar lendo”. Uma típica frase de alguém que jamais, repito, JAMAIS deixará marcada sua presença na história. A não ser, é claro, que seja como mulher fruta ou por algum talento único e raro. Mas, neste caso, acabamos morrendo no pensamento: “Será que valeu a pena ter minha assinatura na calçada da fama com o formato de minhas nádegas?”
Não seja um nada. Não seja um vazio.
O "internetês" assassinando o português
do blog: Ricardo 5150
Vc jah imaginow te d encarah 1 textu escritu tdo axim?Há quem diga que o vício da abreviação das palavras e transcrição da fala para a escrita surgiu nas salas de bate-papo da internet pela necessidade de escrever rapidamente. Para muitos educadores que atualmente convivem com abreviações horrendas nas provas dos adolescentes, o grande problema está na facilidade de não se preocupar com as normas ortográficas e gramaticais. O importante da turma jovem é se fazer entender. As abreviações sempre estiveram presentes desde a época do latim, mas nunca houve nada parecido com a inventividade do ‘’internetês’’. O uso criativo da linguagem da comunicação via computador é uma novidade, mas está passando dos limites. Seguem abaixo os exemplos mais comuns:
vc = você
bjs = beijos
naum = não
falow = falou
axim = assim
tb = também
td = tudo
intaum = então
blz = beleza
Entendemos que criar uma maneira diferente de ser está relacionado à questão de identidade para os jovens, mas daí assassinarmos a nossa língua em nome da juventude, ultrapassa os limites de se pensar em uma língua viva. Antigamente, se falava a gíria, mas não a colocava impressa em papel. Alguém lembra de quando era necessário ter curso de datilografia? Pois é, as saudosas máquinas de escrever não nos permitiam abreviar nada e nem transcrever o nosso modo coloquial, era preciso datilografar tudo certinho e ainda com 180 toques por minuto!!!!
Hoje seria necessário criar um dicionário dos filhos da internet para entendermos o que eles escrevem em textos, pensamentos, críticas e sugestões. Vejam abaixo uma questão de uma prova de Geografia. A resposta é de um aluno de 14 anos, estudante da 7ª série da rede pública de ensino de Belo Horizonte:
Inacreditável, não é mesmo? É preciso lembrar que toda a escrita tem como objetivo permitir a leitura e não transcrever a fala. Vale a pena tratar a nossa língua portuguesa desta forma?
(Texto de Patrícia Fagundes)
Hoje é na internet e nos textos de redações de 1º grau. Amanhã serão nos vestibulares e nas redações oficiais de empresas.
Por meio destes exemplos, vejo que não sou o único a me indignar com o que está acontecendo nesse sentido. E penso que talvez tenhamos que pensar bem a respeito de nossos governantes de amanhã...