Uma terra distante era governada por um rei vaidoso, que gostava de desfilar com suas roupas feitas de linho de fios de ouro. Lá chegaram dois forasteiros, que vendo a vaidade do Rei, se fingiram de alfaiates e foram conversar com ele. Propuseram ao Rei que fariam as roupas mais lindas que o monarca já havia usado, mas para isso, pediram um baú com moedas de ouro e riquezas como pagamento, além dos fios para tecer as roupas.
O monarca, envaidecido, assim o fez. Os falsos alfaiates falaram para o Rei: "As roupas que faremos serão tão lindas, que só os mais inteligentes conseguirão vê-la". Então, os forasteiros passaram vários dias no reino, em frente a uma mesa com um tear, fingindo tecer a roupa e usufruindo do melhor da realeza.
O Rei, cansado de esperar, foi com seus ministros até os alfaiates, para ver como estava o progresso das roupas. Um dos falsos costureiros mostrou a mesa vazia e falou: "Meu Rei, olhe que lindas roupas! Estão quase prontas".
O rei olhou e, embora não visse nada além de uma simples mesa de madeira, exclamou: "Que lindas vestes! Vocês fizeram um trabalho magnífico!", pois dizer que nada via seria admitir na frente de seus súditos que não tinha a capacidade necessária para ser rei. Os nobres ao redor, soltaram falsos suspiros de admiração pelo trabalho dos falsos alfaiates, nenhum dos súditos querendo que o outro achasse que eram incompetentes ou incapazes. Os forasteiros garantiram que as roupas logo estariam terminadas, e o rei resolveu marcar um grande desfile na cidade para que ele exibisse as vestes especiais.
No dia do evento, o Rei passava em meio ao povo com a "suposta" roupa, quando uma criança, chocada com o que via, falou: "O rei está nu!". Um dos populares disse que aquela era a voz da inocência, que criança não mente, diz o que vê, e logo todos começaram a rir. Porém, o monarca permaneceu firme e, orgulhosamente, seguiu em frente.

Fazendo uma analogia com o cenário atual, de proximidade das eleições, é possível perceber em entrevistas e debates, que a presidente Dilma ressalta que seus projetos de governo tem tido sucesso, sendo corroborada por sua equipe de ministros e aliados governistas.
Quando questionada por seus opositores, pela mídia ou por setores da população brasileira sobre a sua ingerência política em outros campos de atuação, como saúde, segurança, transporte, trabalho, crescimento econômico, etc., ela "tece" um discurso prolixo e cheio de rodeios, não chegando a resposta objetiva, mas enaltecendo a si própria, como se fôssemos nós, cidadãos comuns, que não tivéssemos a inteligência para perceber o êxito de suas ações.
Para não ser taxado de desinformado, é preciso reconhecer que algumas ideias do atual governo, criadas (ou aperfeiçoadas do governo anterior), tem tido êxito, ainda que de forma restrita. Mas muito está a desejar.
No entanto, mesmo em sua vaidade cega, a Presidente sabe que não somos seus súditos; somos a criança que está ali, assistindo o seu desfile e gritando: "A Rainha está nua".
E que sirva de exemplo para o próximo presidente: A criança está de olho e um dia crescerá.
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