terça-feira, 30 de outubro de 2012

A Crônica da panturrilha


Estes dias me ocorreu uma situação curiosa, a qual me pôs a pensar, apesar de inicialmente vocês talvez acharem que estou viajando.

Estava eu, jogando futebol sete em um ginásio de grama sintética. Minha posição é a de goleiro. O time adversário vinha num contra-ataque de 3 contra 1 em direção à minha meta, como que fazendo uma brincadeira de bobinho com o único jogador do meu time que se dispôs a correr de volta para o campo de defesa.

Ao chegarem próximo ao gol, decidiram quem chutaria e eu tive a sorte de ir em direção ao jogador escolhido, pensando que ele iria obviamente tocar a bola para o companheiro de equipe facilmente empurrar a bola pra dentro do gol. Pois eu estava enganado.

Olhando fixamente a bola e os pés do jogador adversário, me posicionei da melhor forma a diminuir ao máximo o espaço para que o gol se efetivasse. Porém, esqueci de fechar um espaço crucial: o espaço entre minhas duas pernas. Ele então, sem titubear, arriscou o chute por meio delas.

Fiz então a única coisa que eu poderia fazer: torcer o calcanhar para dentro, esperando o 0,0000001% de chance de que a bola pegasse na ponta dele e desviasse o curso fatídico. Para minha surpresa, a bola preferiu escolher outra parte de meu corpo como alvo. Ela bateu fortemente em minha panturrilha direita, que desviou a redonda para escanteio.
           
            Naquele momento, pensei, como o blogueiro relapso que sou: Preciso fazer um texto sobre isso! E a idéia não me saiu mais da cabeça.
            
         Acredito que por já ter feito três anos de natação e mais quatro anos de voleibol, posso dizer que tenho um par de panturrilhas avantajadas. Para os que ainda não se interaram que parada é essa de panturrilha, aqui vai o nome vulgar da mesma: a batata da perna.

            Mas voltando ao assunto, a panturrilha é aquela parte do corpo que está ali, “sossegada” por assim dizer. Um músculo que não é lá apreciado pelos marombeiros em termos de prioridade, como toda a musculatura do tórax. Já é mais apreciada pelas ratas de academia, que priorizam, a meu ver, a parte dos quadris para baixo. Fica muito bonita como parte integrante do conjunto da obra da Solange Frazão e principalmente das dançarinas de striptease. E é uma coisa que os atletas Quenianos não tem, e eu não entendo como mesmo assim eles conseguem ser quase imbatíveis em provas de fundo.

            Mas pesquisando no google, não é que a panturrilha tem funções que a própria razão desconhece? Ela ajuda na estabilidade e equilíbrio do corpo e é também apelidada de coração venoso periférico! Por que? Porque ela ajuda parte do nosso sangue a voltar para o coração. Ela envia de volta para o coração 100ml de sangue por minuto.

            Lembro, quando eu era pequeno, que os antigos falavam que mulheres que tinham quadril grande eram boas parideiras e as que tinham “batata da perna” grande, tinham coxas grossas. Era interessante observar, durante a missa, aquelas beatas de vestido. Como moleque eu pensava: hhhhmmm, panturrilha grossa... será que tem pernões? O quadril é grande, mas e a bunda? Redondinha? Ou murcha? Era uma coisa que eu não descobriria até meus 17 anos. E não foi com uma beata, também.

            Pensando bem, agora sei porque gostava tanto da Cheetara dos Thundercats. Além da voz sensual que ela tinha no desenho, suas panturrilhas eram grandes e definidas, além da cinturinha fina e da bunda bonita. Coisa de moleque.

            Enfim, não sabemos o quanto vale este músculo que pouco conhecemos. Porém sei que ele me salvou de levar um frango pelo meio das pernas. E ainda ganhamos o jogo. 


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