"Brasil, mostra a tua cara, quero ver quem paga pra gente ficar assim!"
Quem paga somos nós, eu, você que está lendo este texto, se não fizermos nada.
Pense... se bem lá no fundo do seu íntimo, não tem algo instintual, algo primitivo, algo que anseia por sair de dentro do peito quando nos indignamos e apoiamos o que temos visto na TV nos últimos dias: a manifestação "pacífica" contra o aumento da passagem de ônibus. Eu sinto isso.
Porém, "a
nossa indignação é uma mosca sem asas, não ultrapassa as janelas de
nossas casas". Mas se ultrapassa, tenha orgulho(!!!) do Brasil que temos
NESTE MOMENTO, do Brasil que se move numa onda cada vez maior e que
atinge não só os brasileiros de todos os estados, mas os que não estão
morando no país atualmente, que também têm saído às ruas para apoiar as
manifestações aqui no Brasil.
Mas NÃO se junte à baderna, à depredação.
Mas NÃO se junte à baderna, à depredação.
Há
muito não se via um movimento popular da juventude tão intenso e tão
extenso desde a época dos caras pintadas, no movimento para a tirar
Fernando Collor do poder.
As
manifestações nas ruas vão além da importantíssima briga pela redução
de 0,20 centavos na passagem. Como dizia o cartaz de um manifestante:
"Enfia os R$ 0,20 no SUS". E por que não? A indignação dos estudantes se
amplia à medida que tem-se a percepção de que se leva até quatro horas
para ser atendido em um pronto-socorro em caso de situação de
"urgência". A diferença entre urgência e emergência é que a primeira não
envolve situação de risco de morte e a segunda sim (Existem outros
critérios que os diferenciam, mas o básico é este). Por isso a
prioridade da segunda sobre a primeira. Por isso a demora para o
atendimento.
Mas
não dá pra fazer reducionismo no campo da saúde. É uma cadeia, um elo,
uma situação integrada que mina a condição de atendimento mais ágil. É a
falta de médicos nos hospitais da Rede Pública de Saúde, pois o SUS
paga pouco. É o médico que chega atrasado para o plantão, pois está
financeiramente desmotivado; é a consulta que é feita de qualquer jeito;
é a falta de leitos de observação de agudos, de leitos de internação, a
falta da construção de mais hospitais e por aí vai... só pra começar a
citar algumas coisas.
E
é por este começo que se tem o repúdio à Copa das Confederações e à
Copa do mundo de 2014, atrelados à questão do aumento das passagens de
ônibus.
Um
cartaz em frente ao estádio Castelão em Fortaleza, CE dizia: "MAIS PÃO,
MENOS CIRCO". Investem-se bilhões em estádios, porém o acesso a eles, a
mobilidade urbana, os ônibus - transportes coletivos, estão um lixo. A
Educação de qualidade, que facilitaria o crescimento da nação é marginalizada. Mal sabemos falar o Português
corretamente, mas estão sendo dadas aulas rápidas de inglês para receber
melhor os turistas estrangeiros. E quando eles precisarem de mobilidade
ou de atendimento médico? Saberemos na Copa de 2014.
Quero
acreditar que estes movimentos populares desencadeados por estudantes e
seguidos por empresários, servidores públicos, aposentados, entre
outros, não sejam esquecidos assim que conseguirem o resultado sobre o
transporte público. Quero acreditar que este primeiro movimento é só a
ponta do iceberg, o início, a porta de entrada, o descobrimento da
possibilidade de mudanças no Brasil por meio das reinvindicações
sociais e populares. Brasileiros, vocês acharam uma mina de ouro a qual está
deixando os políticos preocupados, pois são eles que nos representam.
Continuem!!! Não parem!!! Saiam às Ruas!!! Ou como gritei junto a
centenas de outras pessoas nas manifestações na minha cidade: "Vem pra
rua, vem pra rua!".
O
Brasil tem alguns eixos principais: Saúde, Segurança, Educação,
Mobilidade, Moradia, Trabalho. É por isso que precisamos lutar.
O
Brasil tem 81 Senadores, que representam os 26 estados + o Distrito
Federal. Não precisamos de tantos Deputados Federais. Não precisamos de
tantos impostos. Não precisamos de tantos Ministérios instalados na
Esplanada. Não precisamos de tantos políticos (Eles tem sua importância,
mas não precisamos de muitos).
Há
recursos no Brasil para termos melhor saúde, melhor educação, melhor
qualidade de vida. Mas TEMOS QUE LUTAR pelo fim da corrupção. Por leis
mais austeras. Pelo fim da imunidade parlamentar. Pela redução da
maioridade penal. Pela aplicação de nossos impostos de forma DIRETA no
que precisamos, e não pela administração de recursos pelos governos dos
estados ou pelas prefeituras, que acabam por desviarem o dinheiro
destinado a reformas e melhorias.
Brasil, mostra a tua cara!
Nos
faz ver que podemos nos tornar melhores! Lutemos! A porta foi aberta,
ou como ouvi no movimento que participei: "O GIGANTE ACORDOU!". Sim, NÓS
somos o gigante. Mas nunca havíamos percebido isso. E por que não?
Porque pouquíssimos tem acesso à informação, à educação que leva à
formação do pensamento crítico. Muitos são alienados, desconhecem os
direitos, desconhecem os motivos. E é isso que aqueles que estão no
poder querem. Que permaneçamos alienados.
Brasil!
"Se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta.."
Tenho orgulho de ser brasileiro, mas neste momento, tenho ainda mais!


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