terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Isolamento

Fico pensando no que escrever...

Volto a um momento meu atual e penso escrever sobre isolamento.Por que às vezes busco (inconscientemente) o isolamento? Que tipo de isolamento é este? Por que ele insiste em querer fazer parte de minha vida?

Essas perguntas não me são tão fáceis de responder. Não quero e não gosto de isolamento. Já passei por uma fase de isolamento e ela somente me conduziu a uma Depressão, a qual demorei algum tempo para conseguir sair.

Mas parece que algumas coisas ficam cristalizadas em minha alma e leva algum tempo para que eu consiga me desprender delas. No caso, esta coisa a qual me refiro é este isolamento. Não sei porque... sinto necessidade de por vezes estar sozinho, simplesmente quieto em meu quarto ou minha casa.

Interessante o fato de eu ter achado uma parte da letra (já traduzida) da canção "Separate lives" do Phil Collins a qual tem algo a ver com este momento:
"É tão típico
O amor levar ao isolamento
Assim você constrói aquele muro
e o faz mais forte...."

Mas que isolamento é esse que me leva a querer permanecer, por vezes, na minha introspecção? É um isolamento da alma? Um isolamento da mente? Não percebes que me atrapalhas em meu afeto? Não vês que me tiras o que consigo de bom?

Permaneço ainda um tanto cético com as coisas, mas agora me recordo que uma vez, num jogo de cartas de tarô, me foi dito, pela combinação de algumas das cartas que eu tenho uma "tendência ao isolamento"... Prefiro pensar que isso não seja verdade, ou ao menos tentar "mudar", caso venha a ser uma possibilidade.

Uma vez foi feita uma pergunta a Krishnamurti (1895-1986) filósofo e místico indiano sobre 'isolamento e estar só'. Retiro um pedaço de sua resposta e o coloco aqui para fazer uma auto-reflexão posterior:

"O isolamento é um processo de exclusão, e nós procuramos o isolamento em todas as nossas relações, sendo esta a verdadeira essência do "eu" -meu trabalho, minha natureza, meu dever, minha propriedade, minhas relações. O próprio processo do pensamento, que é o resultado de todos os pensamentos e influências do homem, conduz ao isolamento. Compreender o isolamento não é um ato burguês; não podeis compreendê-lo enquanto houver em vós a dor daquela insuficiência não revelada que acompanha o sentimento de vazio e frustração."
(Krishnamurti, Madrasta, 5 de fevereiro de 1950)

Um sentimento de vazio e frustração...... olhando um pouco para dentro de mim, percebo que talvez exista algo nesse sentido, e que acabe me levando ao isolamento. Pensando melhor, sei bem o que é............ estou trabalhando para que isso desapareça, para que eu me sinta menos incompleto....

Ouvi também que voltei a me fechar em meu casulo, em minha concha. Dei um passo em direção a sair deles, mas voltei. Por medo? não sei.... preciso encontrar uma saída..... Mas não dá para ficar com autocobrança. Isso só gera mais frustração.

Em outra metáfora sobre adversidades e mudança fala-se da cenoura, do ovo e do café. A água quente seria o problema e aqueles seriam jogados dentro dela. Resumindo tudo, a cenoura era dura e depois de passar algum tempo na água fervendo ficou mole; me considero como o ovo, que era mole por dentro e com as adversidades foi endurecendo. Ainda não sou o café, capaz de transformar as adversidades em coisas melhores. Mas estou tentando....

Penso que o isolamento por vezes me leva ao autoconhecimento, e espero que seja isso e APENAS ISSO.

Pra terminar uso uma frase minha para momentos difíceis:

"Mas tudo isso passa....... daqui a pouco passa....." 


quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Do sofrimento humano e do alívio da alma

Passo pelos corredores dos andares do hospital e diante de algumas portas de quartos entreabertas, vejo o rosto daqueles que pela dimensão do seu sofrimento, que só os mesmos tem, procuram o amparo e a certeza de cuidados mais corretos para sua dor, na busca de ganharem uma sobrevida diante do mal que lhes acomete e seguirem em frente com suas vidas.


Mas no dia-a-dia vejo o outro lado também, o do sofrimento dos profissionais que, por suas diversas especialidades, sofrem calados tentando mascarar suas mais variadas dores, afim de realizarem um trabalho adequado para com aqueles que se encontram enfermos. Não que eles não se sintam enfermos de alguma maneira, seja na limitação que a profissão lhes impõe; na angustiante falta de voz que sentem diante da compensação por seu trabalho estar atrasada; pelo sentimento velado de incapacidade de ação perante os diversos quadros apresentados; da dúvida de um diagnóstico correto quando inúmeros sintomas agem de forma solta no frágil corpo que ali perece temporariamente, lhes dando a dura notícia de que o medicamento não está agindo de forma a aliviar o sofrimento alheio.


Passo pelos corredores dos andares do hospital e vejo rostos envelhecidos de pessoas entre seus trinta e cinqüenta anos, que pelo sofrimento de um familiar, perderam a alegria e o riso que outrora pudera ser visto em suas vidas, e as transformaram em idosos precoces, aguardando poder sorrir amargamente diante da notícia de uma possível evolução ou melhora do ente querido.


Quanto a mim, diariamente faço parte por alguns minutos da história dessas pessoas, buscando aliviar a angústia que levam no peito e que lhes aperta a garganta, ouvindo, confortando, sendo aquele a quem chamam para falar de seus problemas; aquele que por não conhecê-los a fundo, não irá fazer pré-julgamentos ou condená-los à priori por suas atitudes; aquele cuja responsabilidade pela orientação dada, os fará refletir de modo a perceberem que apesar do peso em seus ombros, do cansaço ou da dor, podem, ainda que de forma homeopática, acreditar em uma melhora de si mesmos ou do meio em que se encontram, diante de uma mudança na forma de verem as coisas e de atitude, encontrando quem sabe aí, um alívio para sua sobrecarga mental.


Diante da limitação que minha especialidade impõe, eu poderia me frustrar em não ver a melhora de um paciente por meio do medicamento que não posso prescrever, mas ao contrário, vejo no momento de minha intervenção, rostos mudarem de cor, de forma e até surgirem sorrisos e lágrimas. Após isso, quando passo pelos corredores dos andares do hospital, ouço meu nome sendo chamado outra vez por um familiar, um enfermo ou um profissional da equipe multidisciplinar, solicitando minha presença para mais um atendimento que lhes alivie o sofrimento da alma.


Autoria: Rodrigo G. Martins

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Resolva se for um bom detetive


Encontrei um caso na noite de ontem que me tomou algum tempo para resolver. Mas foi bastante interessante e, juntando as pistas, cheguei ao suspeito correto. Um verdadeiro caso para Sherlock Holmes...

Se você, assim como eu, se interessa por investigação, acesse esta página (http://www.crimeandinvestigation.co.uk/games/3/Solve_The_Murder.htm (Clique na janela do Texto "Solve the murder") e resolva o caso.

Foi muito bem montado e não é muito fácil.

O site é em inglês, mas vale a pena participar desta investigação.

Divirta-se!

sexta-feira, 1 de junho de 2007

AVISO (POSTS ANTIGOS)

Os posts anteriores eram do antigo blog, mas por eu os considerar interessantes, resolvi deixá-los neste novo, com as datas originais.
Daqui em diante serão postagens de 2007.
Um abraço.

Credibilidade

*** Este post é do dia 09/out/2006 ***

Manipulação de massa!
É como vejo os meios de comunicação. E em ano de eleição então, os meios com maior influência sobre a população são os Institutos de pesquisa estatística. Acredito que até mais do que os próprios debates em termos de população C, D e E.
 

Sempre desconfiei que estas pesquisas de intenção de voto são manipuladas por interesses diversos, e os institutos de pesquisa são os "atravessadores" que estão incumbidos de fazerem com que a mercadoria chegue a seu destino final, (ou seja, a massa) seguindo correta e sigilosamente as instruções passadas por seus contratantes.
 

Porém, na eleição do presente ano - 2006, tivemos (digo assim pois espero não ter sido o único a perceber) uma surpresa grande com relação aos institutos de pesquisa, que em meu ponto de vista, tiveram suas estatísticas completamente "furadas", pois apontavam vitória do candidato do governo à reeleição ainda no primeiro turno.
 

Ainda bem que a emissora de maior audiência brasileira noticiou o fato e foi em cima de um dos institutos de pesquisa, desejando saber por qual motivo as estatísticas e a realidade foram divergentes. E não é que o presidente desse Instituto não foi capaz de dizer que erraram? Respondeu que estava muito satisfeito com os níveis de "acerto"? da instituição.
 

Mas como Hipocrisia pouca é besteira, então falemos de credibilidade. Como não percebem que seus institutos estão aos poucos deixando de ter credibilidade? Não tanto por seus erros, que estão se tornando frequentes e visíveis, mas pelo fato de termos uma massa mais disposta a aprender, a se informar e o mais importante: a questionar sobre o que vem acontecendo em nosso cotidiano, buscando saber se tal informação passada é realmente verdade. Informação gera conhecimento e conhecimento afasta a alienação.
 

E assim espero não estar escrevendo uma utopia...

 

Silêncio...

*** Este post é do dia 26/dez/2005 ***

Ontem peguei um ônibus de volta para casa e, por infelicidade minha, resolvi sentar ao lado de uma pessoa conhecida.
 

Digo infelicidade, pois saí do serviço cansado e só queria chegar em casa, mas para não deixar má impressão, tentei ser cortês, cumprimentando-a. Erro meu. Essa pessoa desandou a falar, sobre o serviço, a vida, o que ela vendia para tentar ganhar um pouco mais de dinheiro e eu só conseguia responder com um "ahã". Aos poucos fui ficando incomodado com aquela conversa, pois tentava me concentrar no que teria para fazer ao chegar em casa, e passei a não olhar olhar mais para a pessoa e sim para frente, mas continuando com o "ahã". O tempo demorava a passar e a chegada em casa parecia uma eternidade.

Por alguns segundos voltei meu pensamento a outras vezes que peguei ônibus pela manhã e sentei ao lado de outra pessoa conhecida, excelente companhia, pois apenas me cumprimentava e parece que também não era dada a conversas logo pela manhã. Ficavamos cada um com a sua introspectividade...
 

É difícil estar extremamente alerta quando se vai dormir por volta de 00:45 e acordar às 05:20 am, todos os dias. Por isso gosto do silêncio quando vou tomar café logo cedo (ainda está escuro às 06 da manhã) e quando vou para o serviço.
 

O silêncio me dá concentração e concentração permite que eu avalie melhor as situações e faça as coisas bem feitas. Não preciso necessariamente e a todo o instante do silêncio e somente dele. As vezes uma música suave, como um piano ou um saxofone que toca uma música lenta me ajudam a refletir.
 

Mas tenho momentos em que meu espírito necessita de um som mais pesado, como Metallica, Guns n' Roses ou Audioslave.
 

Dizem que à medida em que vamos crescendo, ou envelhecendo, ficamos mais seletivos, e isto para todos os tipos de coisas. Acredito que seja verdade, mas não se deve deixar que este tipo de pensamento nos afogue a alma, pois assim nos tornaremos rígidos, e rigidez afeta o raciocínio.
 

O ideal é sabermos lidar com cada situação... Difícil, mas necessário...

O acampamento

*** Este post é do dia 12/dez/2005 ***
E como as vezes temos que rir de nós mesmos, aqui vai uma história cômica mas de reflexão sobre Sherlock Holmes e seu fiel escudeiro Watson.

Sherlock Holmes e Dr. Watson vão acampar. Montam a barraca e, depois de uma boa refeição e uma garrafa de vinho, deitam-se para dormir.
Algumas horas depois, Holmes acorda e cutuca seu fiel amigo:
- Meu caro Watson, olhe para cima e diga-me o que vê. Watson responde: 
- Vejo milhares e milhares de estrelas.
Holmes então pergunta: 
-E o que isso significa?
Watson pondera por um minuto, depois enumera:
1) Astronomicamente, significa que há milhares e milhares de galáxias e, potencialmente, bilhões de planetas; 
2) Astrologicamente, observo que Saturno está em Leão e teremos um dia de sorte; 
3) Temporalmente, deduzo que são aproximadamente 3h15 pela altura em que se encontra a Estrela Polar; 
4) Teologicamente, posso ver que Deus é todo poderoso e somos pequenos e insignificantes; 
5) Meteorologicamente, suspeito que teremos um lindo dia amanhã. Correto?
Holmes fica um minuto em silêncio, então responde:
- Watson, seu imbecil! Significa apenas que alguém roubou nossa barraca!!!

"A VIDA É SIMPLES, NÓS É QUE TEMOS A MANIA DE COMPLICAR"

Uma apresentação



Ah! Os dias chuvosos... gosto dos dias chuvosos...Talvez porque me tragam uma visão de tranquilidade, talvez porque me remetam à nostalgia de quando era criança, ou porque os dias chuvosos lembrem o gosto de estar junto a uma lareira, perto de uma janela, saboreando um bom vinho tinto e observando as gotas de chuva cairem pelo gramado ao longe, fazendo-me refletir sobre qual assunto escrever ou colocando-me em contato com meu interior.
 

Num sentido menos concreto, vejo os dias chuvosos como sendo uma limpeza que ocorre no ambiente, levando tudo o que é ruim embora e renovando a vida.... penso ser por isso que gosto tanto de chuva... e de banho de chuva.
 

Este Blog foi criado num dia de chuva, para falar sobre assuntos cotidianos que façam com que quem o leia possa refletir e tirar algo de bom. 

Espero que o leitor goste dos textos.

Rodrigo.